quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Declarações sobre corrupção: Comissão de Ética contra Rigo ainda é mera teoria na ALMS


Valdelice Bonifácio
Divulgação

A anunciada abertura da Comissão de Ética para apurar as polêmicas declarações do deputado estadual Ary Rigo (PSDB) está só na teoria na Assembleia Legislativa. Até o final desta manhã, o presidente da Casa, Jerson Domingos (PMDB), não havia citado os líderes de bancada para compor o grupo que terá a incumbência de avaliar se Rigo cometeu quebra de decoro. A Assembleia tem pela frente cinco semanas de trabalho antes do recesso de fim de ano.

Rigo aparece em vídeo gravado sem que ele soubesse relatando suposta partilha de dinheiro público entre membros dos três poderes de Mato Grosso do Sul. Ele relata ainda que cada deputado estadual já chegou a receber nada menos que R$ 120 mil por mês na Assembleia.

O corregedor da Casa deputado Maurício Picarelli (PMDB) avaliou os vídeos (editado e original) e a nota oficial apresentada por Rigo na qual ele nega irregularidades. Picarelli emitiu pela abertura da Comissão de Ética por avaliar que o deputado deveria prestar mais esclarecimentos.

Dias depois de receber o parecer de Rigo, Jerson declarou em entrevista coletiva que a Assembleia daria uma “resposta à sociedade” sobre o caso. Na ocasião, Rigo estava em licença médica, o que impedia que ele fosse notificado sobre o procedimento da Comissão de Ética.

Na semana passada, Rigo retornou aos trabalhos. Mesmo assim, não houve movimento pela abertura da comissão. Deputados ouvidos pelos Midiamax, inclusive líderes de bancada, disseram que Jerson não se manifestou mais sobre a abertura da Comissão e não citou qualquer liderança para indicar nomes para o grupo. “Ele não pediu nada ainda”, disse um deputado que faz parte da Mesa Diretora.

Líder da maior bancada partidária da Casa de Leis, o PMDB, Akira Otsubo, disse que aguarda a manifestação da Mesa Diretora para indicar um nome para a comissão. Ele se recusa a antecipar o possível indicado. A comissão é composta por cinco membros.

Caso a comissão constate que de fato houve quebra de decoro por parte de Rigo pode até pedir a cassação do parlamentar.

O problema é que não se sabe mais se haverá tempo para chegar a conclusão dos trabalhos. A Assembleia entra em recesso na segunda quinzena de dezembro. Rigo não se reelegeu nas eleições de outubro ficando na terceira suplência da coligação Amor, Trabalho e Fé.

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