terça-feira, 19 de outubro de 2010

Conselho de ética do PSDB age rápido contra prefeito dilmista, mas é lento com Ary Rigo

Hélder Rafael
Reprodução


Assim que o prefeito de Terenos, Beto Pereira, sinalizou o apoio à petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, em vez de José Serra, o comando regional tucano anunciou a abertura de processo interno que podia culminar com sua expulsão. O prefeito antecipou-se e pediu seu desligamento do partido.
Em entrevista ontem (17), Pereira havia argumentado que tem raízes no PMDB, embora esteja aninhado entre os tucanos há um ano. À época do troca-troca partidário, o prefeito de Terenos alimentava o sonho de emplacar uma candidatura a deputado federal, o que não se concretizou. Questionado se continuaria no PSDB após as eleições presidenciais, Pereira admitiu a chance de desfiliação: “É difícil eu continuar”.
A resposta da cúpula tucana saiu prontamente, e indica que o descontentamento com a postura política do prefeito vinha de longa data. “É dever de seus filiados apoiar e votar no candidato do PSDB à Presidência da República JOSÉ SERRA, escolhido em Convenção Nacional do Partido. (...) Portanto, o filiado do PSDB que apóia a candidata adversária-petista, viola gravemente a ética, a fidelidade a disciplina e os deveres partidários previstos no Estatuto do PSDB”.
Enquanto isso, no Parque dos Poderes
Entre os assuntos que devem manter ocupado o comando regional do PSDB está o caso do deputado estadual Ary Rigo, flagrado em vídeo contando um esquema de distribuição de dinheiro entre membros dos três poderes e do Ministério Público Estadual. A senadora tucana e vice-presidente nacional do partido, Marisa Serrano, disse no Twitter que não faz acordo com “malfeitos”.
“O PSDB é partido democrático que toma decisões coletivas. O estatuto determina que casos como esses devem ser analisados e julgados pelo Conselho de Ética. A decência deve prevalecer”, escreveu a senadora em seu microblog.
Os tucanos estavam preocupados com uma eventual repercussão negativa ao partido, já que faltavam poucos dias para o primeiro turno das eleições à época em que o assunto foi detonado na imprensa nacional. Marisa também declarou que o comando de seu partido deveria debater o comportamento de Rigo somente após as eleições.(Editada às 9h48 para acréscimo de informação)

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